Educação financeira

Investimentos para os filhos! Confira como fazer

Dia das crianças se aproximando e muitos pais buscam opções de presentes em lojas de roupas e brinquedos com o objetivo de garantir a felicidade dos pequenos. Mas, diante do atual cenário do país, uma forma diferente de presentear as crianças pode ser realizando um investimento em nome delas. Criar uma carteira de investimentos para os filhos pode assegurar um futuro um pouco mais tranquilo, além da possibilidade de introduzir a educação financeira desde a infância.

Muita gente ainda tem dúvidas em relação ao assunto. Afinal, muitas questões estão em jogo, principalmente ao se tratar do futuro de uma criança. Para Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro do Kinvo, começar um investimento pode fazer a diferença na vida dos filhos. “É possível começar a montar uma carteira com um valor muito baixo e, ao longo dos anos, juntar um valor considerável para pagar a faculdade, por exemplo. Eu estou montando uma carteira de investimentos para a minha filha que está prestes a completar 5 anos. Penso nisso como uma reserva de segurança para ela caso eu ou minha esposa não estejamos presentes, além de ser um dinheiro para que ela possa começar a vida profissional dela com mais tranquilidade. Sei que muitos pais discordam de deixar esse dinheiro já em nome do filho. Mas na minha percepção, tudo passa pela educação que a criança irá receber ao longo da vida”, afirma o especialista.

Apesar dos investimentos a longo prazo serem os mais comuns, é possível realizar aportes para outros fins que podem ser planejados, inclusive com a colaboração dos pequenos. Confira abaixo as orientações do especialista para diferentes situações:

Investimento a longo prazo

O investimento a longo prazo é o mais comum quando pensamos em assegurar o futuro dos filhos e é utilizado com a finalidade de garantir mais tranquilidade financeira para o início da vida adulta. O dinheiro pode ser utilizado para pagar uma faculdade, um intercâmbio ou até para comprar um automóvel. “Existem muitas maneiras diferentes de planejar investimentos a longo prazo para os filhos, podendo fazer um mix de renda fixa com renda variável. Porém, o meu conselho é realizar investimentos indexados à inflação. Dessa maneira, é possível conseguir um ganho real e seguro ao longo dos anos. Assim, investimentos como o Tesouro IPCA+, CDBs, LCIs e LCAs são ótimos produtos com essa finalidade.

Quando os pais criam uma conta para os filhos, ela deve ser aberta no nome e no CPF da criança. O objetivo de já fazer os investimentos direto no nome da criança é evitar que este valor não entre em inventário em caso de morte dos responsáveis. Vale destacar que a conta ficará sob responsabilidade dos seus responsáveis legais até ele ou ela completar 18 anos. Quando o filho atingir a maioridade, ele poderá movimentar os investimentos e utilizar o valor para uso pessoal, como fazer a faculdade ou pode optar por realizar novos investimentos.

Investimentos a curto prazo

Já para investimentos a curto prazo que podem ser utilizados para compras ou atividades que devem ser realizadas em um período entre 3 meses e 1 ano, como a aquisição de itens de maior valor, como vídeo games e celulares. Para essa finalidade, o especialista recomenda produtos como CDB, Tesouro Selic, LCI, LCA e fundos de curto prazo, que são alternativas que apresentam um bom rendimento, evitando que o dinheiro fique parado e se desvalorizando ao longo do período.

Caso o objetivo seja investir para realizar uma viagem internacional, os pais podem buscar uma proteção à variação do câmbio, utilizando fundos cambiais e também comprando a moeda do destino de viagem aos poucos, a fim de evitar uma valorização de última hora.

“Para investimentos a curto prazo, considero que o ideal é deixar os investimentos no CPF dos pais ou responsáveis, a fim de evitar a burocracia que é mexer no dinheiro de um menor”, explica Assad.

Investimentos em renda variável

Embora a opção de renda variável seja uma possibilidade, é importante entender os riscos dessas operações. Assad recomenda que esse tipo de aporte seja feito quando o filho tiver maturidade para entender sobre o assunto, evitando que os pais se estressem por conta da volatilidade do mercado. “Apesar de eu ser um grande defensor do mercado de ações, não é todo mundo que tem o perfil para investir na bolsa ou em outros ativos mais arriscados, como criptomoedas, por exemplo. Acredito que os pais só devem fazer isso quando o filho tiver algum entendimento de mercado e se ele topar a ideia”, alerta o especialista.

Educação financeira para as crianças

Envolver as crianças no planejamento financeiro, assim que elas estiverem prontas para entender o assunto, pode ser uma ótima estratégia para que elas colaborem com a economia em casa e há chances de que elas se tornem adultos mais conscientes neste aspecto. “Essa introdução ao universo financeiro e a ideia de economizar, ajuda as crianças a entenderem o valor do dinheiro e quais são os esforços necessários para que elas consigam atingir seus objetivos. Faz parte da educação financeira”, conclui Assad.

(Redação – Investimentos e Notícias)