Economia

Juros do cartão de crédito encosta em 400% ao ano

Os juros do cartão de crédito normalmente são os mais altos do mercado. Para pessoas que desejam usar o meio de pagamento, mas não conseguem se manter em dia com os débitos, o melhor é nem pensar nessa estratégia como forma de compra, pois o método pode virar uma verdadeira dor de cabeça dentro de muito pouco tempo.

Segundo dados do Banco Central, a taxa média de juros no crédito livre voltou a subir em outubro, ficando em 42,4% ao ano contra 40,7% registrado em setembro de 2022. Em outubro de 2021, a taxa era de 32,4%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 54,0% para 56,6% ao ano de setembro para outubro, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 23,0% para 23,5%.

Quando calculado no sistema rotativo do cartão de crédito, o juro médio total cobrado pelos bancos teve uma forte alta, de 8,8 pontos percentuais de setembro para outubro. Ou seja, a taxa passou de 390,7% para quase 400% ao ano.

Na prática, isso significa um verdadeiro tiro no pé para o consumidor que não arcar com suas dívidas no cartão de crédito, pois os juros cobrados são altíssimos e podem fazer com que a pessoa corra o risco de não conseguir pagar sua fatura mensal em dia.

Spread

Em relação ao spread em operações de crédito, o mesmo também aumentou. De acordo com o BC, só em outubro, o spread bancário médio no crédito livre passou para 30,3 pontos porcentuais, sendo que em setembro o número era de 28,6 pontos porcentuais.

Já o spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 41,7 para 44,4 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 11,1 para 11,7 pontos porcentuais.

O Banco Central informou ainda, que as concessões dos bancos no crédito livre caíram 4,3% em outubro ante setembro, para R$ 437,5 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, há aumento de 24,2%.

Endividamento das famílias

Mesmo após o fim do ciclo de alta da Selic – hoje em 13,75% ao ano – os brasileiros continuam necessitando de crédito, já que o endividamento das famílias brasileiras tem crescido constantemente. A autoridade monetária afirmou que o índice de endividamento chegou a 49,9% em setembro, ante 49,8% registrados em agosto, além de os números se manterem perto do recorde da série histórica do BC. 

O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) fechou setembro em 28,7%, contra 27,7% apresentados em agosto. Porém, quando descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 26,6%.