Investimentos

Entenda se é hora de investir em Fundos imobiliários

Quem é adepto aos investimentos em Fundos imobiliários sabe que esse não é o melhor momento para se dedicar a esse tipo de ativo.

Primeiramente, porque a pandemia do coronavírus trouxe uma volatilidade e aversão a risco, que atualmente tem prejudicado tanto o setor quanto outros ativos de renda variável

Depois, mesmo com o pós-pandemia, os FIIs ainda enfrentam outro desafio: a alta taxa básica de juros, que está em 13,75%.

Com essa questão em cheque, muitos investidores têm preferido trabalhar com a renda fixa, que oferece opções de investimentos mais seguras e menos voláteis. Ou seja, os Fundos Imobiliários perderam espaço, sendo que em 2022, o retorno médio foi de -0,11%.

Cenário

Com o cenário de insegurança fiscal e inflação, os investidores ficaram ainda mais preocupados, inclusive, porque o Comitê de Política Monetária do Banco Central não deu sinais claros de cortes de juros.

Segundo o especialista Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, no curto prazo, não há perspectiva favorável para FIIs, já que não faz sentido para o investidor aplicar em FIIs para ganhar 16% ou 17% em dividendos com risco, sendo que ele conta com 13% ao ano sem risco, na renda fixa.

Entre os fundos imobiliários, os fundos de papel são os que ainda possuem algumas vantagens pelo fato de alguns serem atrelados à taxa Selic ou ao IPCA. Ou seja, eles são mais seguros dentro de um cenário tido como macro.

No caso de quem tem fundos atrelados aos juros, a posição é mais favorável. Já para quem investiu em FII atrelado ao IPCA, os ganhos nem sempre foram certos, visto que houve deflação nos períodos anteriores.

Vale lembrar, que mesmo os melhores FIIs de papel, sem patrimônio de tijolo, também sofrem com uma alta da Selic por conta da forte atratividade da renda fixa.

Renda Fixa e FIIs

A vantagem mais relevante dos Fundo Imobiliários sobre a renda fixa é o rendimento mensal. Isso significa, que para o investidor que precisa de um retorno, os FIIs podem ser boas alternativas. Além disso, para quem está em fase de acúmulo e prefere resgatar os ganhos lá na frente, a opção também é embarcar no FIIs.

Caso a pessoa não precise de um fluxo mensal, daí sim ela pode seguir com a renda fixa, que será mais favorável ao seu perfil de investidor.

Outro desafio no momento são as novas emissões de fundos. Ou seja, uma nova emissão significa captar mais dinheiro dos investidores e isso é algo mais distante para a realidade do mercado financeiro atual.

Em relação aos investimentos de longo prazo, o especialista orienta que o cenário poderá ser melhor. “Não é toda hora que vemos uma penca de fundos imobiliários negociando abaixo do seu valor patrimonial, mas é uma carteira para longo prazo, para resgate daqui cinco ou dez anos. Nesse caso, a oportunidade realmente é agora. São fundos que estão baratos porque muitas pessoas têm vendido FIIs para migrar para outros ativos mais seguros e, com isso, a cota cai. Dificilmente, veremos um preço tão atrativo quando a Selic reduzir”.

É sempre bom lembrar que o mais inteligente é diversificar sua carteira com diversos tipos de ativos. “Outro cuidado importante é não escolher os produtos apenas com base no rendimento mais alto. Escolher a carteira sem analisar a origem e a qualidade dos rendimentos é um erro”, finaliza o executivo.