Investimentos

Aprenda a aproveitar as altas taxas no Tesouro IPCA

O Tesouro IPCA chamou a atenção dos investidores nas últimas semanas. O título público, que paga a variação da inflação medida pelo IPCA junto à uma taxa prefixada, ganhou os holofotes após sua taxa apresentar giro acima de 6% do juro real, o que não é comum no mercado de renda fixa.

Segundo um levantamento da Quantum Finance, o Tesouro IPCA+ atingiu 6% ou mais de retorno real em menos de 25% das sessões nos últimos 10 anos. O ativo é considerado um dos papéis mais seguros do mercado, devido ao órgão emissor ser o Governo Federal.

Para Octávio Gomes, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, algumas notícias contribuem consideravelmente para essa alta nas taxas de juros. O déficit recorde nas contas públicas e o aumento do percentual da dívida com relação ao PIB, por exemplo, são alguns dos fatores que apontam um claro descontrole do governo em relação à economia.

Além disso, no cenário internacional, também há volatilidade impactando diretamente nas taxas praticadas no Brasil. O fato de o Banco Central americano continuar mantendo as taxas de juros altas para controlar a aceleração da economia, faz com que haja um reflexo direto na vida dos brasileiros.

“A somatória desses fatores aumenta a percepção de risco ao se investir nos títulos públicos do Brasil que acarretam um aumento no nível de juros futuro”, explica Gomes.

Os títulos acabam sendo atrativos porque, no caso de títulos IPCA+, é possível obter rentabilidade através do juro real, o que significa que a rentabilidade contratada reflete seu ganho acima da inflação, protegendo o poder de compra do capital investido.

O chamariz em relação a essas taxas mais altas tem fundamento em dois tipos de estratégia: Além de uma proteção do poder de compra do investidor mais conservador, também existem as posições táticas, já que a tendência histórica e a própria sustentabilidade desse nível de juro real trazem uma probabilidade grande de queda dessas taxas em um futuro próximo.

Outro ponto importante é manter os títulos como a opção mais interessante no momento, quando a pessoa já tiver adquirido o mesmo. Isso porque, os juros internos e externos ainda estão em patamares restritivos, porém, eles devem cair em breve. 

Todavia, atenção, pois quando falamos de títulos mais longos, como não há muito prêmio adicional por prazo, é preferível apostar em títulos com vencimentos entre 8 e 12 anos.

Outras metas 

Gabriel Lago, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, afirma que investir em Tesouro IPCA+ com taxas elevadas é ideal para metas de longo prazo, como aposentadoria ou educação dos filhos. “A rentabilidade real positiva e a proteção contra a inflação asseguram que o poder de compra do dinheiro será preservado ao longo dos anos. Além disso, como são títulos de renda fixa emitidos pelo governo apresentam baixo risco de crédito, tornando-os um componente estável em qualquer portfólio voltado para o longo prazo”.

Por fim, os investidores ainda podem contar com a possibilidade de adquirirem seu primeiro milhão, visto que utilizar essas taxas para a composição de juros ao longo do tempo pode acelerar significativamente o crescimento do patrimônio.