A taxa do financiamento imobiliário é tão impactada pela Selic (taxa básica de juros) quanto todas as outras taxas do mercado financeiro. Com isso, quando a Selic sobe, as taxas dos serviços também sobem, dificultando a aquisição de bens por parte dos consumidores.
De 2020 a 2022, a alíquota foi de 2% a 13,25%, o que impediu que muitos brasileiros conquistassem o direito da casa própria, se tratando de aquisição de imóveis.
A expressiva mudança nos juros elevou os custos totais dos financiamentos, que estão sendo cobrados em média 9,8% ao ano. Em 2020, o valor era de 7%.
A diferença pode parecer pouca, mas quando somada dentro de um financiamento de imóvel no valor de R$ 250 mil, por exemplo, o montante acrescentado de juros chega a R$ 68 mil.
No caso de imóveis mais caros, entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, por exemplo, o adicional de juros é de R$ 137 mil e R$ 300 mil, respectivamente. Ou seja, o financiamento de imóveis, hoje, no Brasil é 20% mais caro quando comparado a 2020.
Mesmo impactando o setor imobiliário, a Selic não afeta imediatamente o mercado, pois a taxa de financiamento não se movimenta na mesma proporção que a taxa básica de juros.
Isso ocorre porque, caso os bancos aumentassem seus juros em relação aos créditos imobiliários no mesmo instante que a Selic, estariam tomando uma decisão extremamente ruim, uma vez que isso geraria uma reação negativa em toda a cadeia produtiva. Ou seja, menos pessoas poderiam financiar, as empresas também venderiam menos e isso aumentaria o desemprego, o que causaria a quebra da economia.
Tipos de financiamentos
Além desses processos, também vale lembrar que o impacto da Selic varia de acordo com os tipos de sistemas de financiamento. No Brasil, existem dois modelos, sendo o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Por meio do SFH, é possível financiar um imóvel com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e da poupança. Este tipo é o mais comum no país.
Já o SFI possui regras sobre os juros e condições que são definidas pelas instituições financeiras. Esta modalidade é utilizada por pessoas que não se enquadram nos critérios da SFH, além de não permitir o uso do FGTS.
Analisando esse contexto, especialistas afirmam que este não é o melhor momento para se realizar um financiamento imobiliário, já que os juros se encontram nas alturas. O ideal é esperar a taxa Selic apresentar baixa, o que só deve ocorrer a partir de 2024, segundo pesquisas do Boletim Focus, documento emitido pelo Banco Central.
Ainda de acordo com os especialistas, no momento, o melhor é guardar cada vez mais dinheiro e aplicar em renda fixa, a fim de obter um montante maior para dar como entrada em um imóvel dentro de 2 anos. Uma boa opção de investimento é o Tesouro Selic, que oferece liquidez diária e paga a variação de juros do período.
(Redação – Investimentos e Notícias)