Economia

Taxa de desemprego cai a 8,7% no 3º trimestre

A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, fechou o trimestre encerrado em setembro em 8,7%, um resultado 0,2 ponto percentual (p.p.) inferior ao trimestre terminado em agosto, segundo IBGE. O dado ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando a taxa de desemprego foi de 12,6%. Já a taxa de subutilização ficou em 20,1%, um recuo de 1,1p.p. frente ao desempenho do trimestre finalizado em junho. No mesmo período de 2021, a subutilização ficou em 26,5%. O rendimento habitual fechou o trimestre de setembro em R$ 2.737, valor 3,6% acima do observado no trimestre anterior e 2,5% maior que o do mesmo trimestre do ano passado, enquanto a massa de renda real habitual apresentou avanço de 4,1% QoQ (+7,7% YoY). “A queda no desemprego se concentrou no setor de serviços, era um movimento esperado se levarmos em conta a evolução dos indicadores de atividade econômica recentemente liberados, que apontaram para a manutenção do processo de crescimento do país, que possui justamente no setor de serviços seu principal vetor de alta”, comenta o economista da CM Capital, Matheus Pizzani.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 36,3 milhões, expansão de 1,3% frente ao trimestre anterior e 8,2% no comparativo anual. Os empregados sem carteira de trabalho assinada fecharam o período em 13,2 milhões, maior nível de toda a série histórica, tendo se mantido estável no comparativo trimestral e crescendo 13% frente ao mesmo período do ano anterior. A taxa de informalidade foi de 39,4% da população ocupada, dado inferior ao do trimestre anterior, que foi de 40%, bem como o do mesmo período de 2021, que foi de 40,6%.

“Embora positiva, a queda no desemprego veio acompanhada de um forte crescimento no número de trabalhadores sem carteira assinada, algo que no longo prazo pode acabar sendo prejudicial para o país tendo em vista a não arrecadação de impostos que está atrelada à esta modalidade de trabalho, enquanto o país segue construindo uma estrutura cada vez mais pesada e engessada de despesas. Este efeito negativo, inclusive, omite parcialmente os benefícios da queda da informalidade, uma vez que, em termos de arrecadação pública, esta se assemelha muito ao emprego sem carteira assinada”, analisa Pizzani.

Os grupamentos de atividades com melhor desempenho foram os de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,8% QoQ) e Outros serviços (6,8% QoQ). Os demais grupamentos não apresentaram variações significativas. No comparativo interanual, os melhores resultados foram registrados nos grupamentos de Outros serviços (+24,3%), Transporte, armazenagem e correio (+9,2%), Alojamento e alimentação (+8,5%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+7,8%) e Indústria Geral (+4,0%).

“A perspectiva para os próximos períodos é de que o desemprego siga apresentando evolução positiva, ao menos até o final deste ano, tendo em vista que as projeções apontam para a manutenção da trajetória de crescimento do setor de serviços, que ainda vem se recuperando do tombo sofrido durante a pandemia, assim como um desempenho melhor por parte do setor de comércio, que deve ser beneficiado pelas recentes medidas de apoio e ampliação de renda implementadas pelo governo. O destaque negativo fica por conta da indústria, que deve continuar com dificuldades de expansão nos próximos meses, sendo um setor nevrálgico quando analisado sob a ótica do mercado de trabalho tendo em vista a elevada capacidade de absorção de mão de obra e o nível salarial relativamente mais elevado que possui”, finaliza o economista.