O indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor recuou 2,1% entre os meses de abril e maio na comparação dos dados dessazonalizados, após já ter caído 4,3% no mês anterior, mantida a base de comparação. Com relação ao trimestre móvel encerrado em maio, o indicador apontou queda de 4,4% contra o trimestre imediatamente anterior, encerrado em fevereiro.
Já na comparação interanual foi observada alta de 2,6% e o indicador se manteve numa trajetória de desaceleração na análise acumulada em 12 meses, passando de 12,4% para 10,1% nesta aferição. No mesmo sentido, no acumulado do ano a demanda por crédito passou de crescimento de 11,9% em abril para 9,9% em maio.
Os números referentes ao segmento Financeiro subiram 0,8% no mês e 15,1% na comparação com maio do ano passado, mas também se mantiveram numa tendência, já esperada, de desaceleração na análise de longo prazo, passando de um crescimento até abril de 21,5% para 18,5%. Já as variações do segmento Não Financeiro foram mais nítidas, queda de 4,0% em relação a abril e de 5,8% contra maio de 2021. O crescimento em 12 meses agora é de 4,4%, ante 6,3%.
‘Os números do indicador de demanda tendem a se manter nessa trajetória de desaceleração nos próximos meses, seja pelo elevado custo do crédito, seja pela desaceleração na atividade econômica. O ciclo de aperto monetário, aparentemente, se aproxima do fim, mas ainda há dúvidas a respeito da magnitude final da taxa. Na semana passada o Copom elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,25%. O comitê reconhece que a inflação tem sido mais persistente e que, talvez, manter os juros elevados por mais tempo seja, isoladamente, insuficiente para reconduzir as expectativas de inflação para o centro da meta’, ressalta Flavio Calife, economista da Boa Vista.
A inflação, por sua vez, enfim, começou a desacelerar, passando de 12,13% em abril para 11,73% em maio, mas a expectativa de piora no cenário fiscal talvez seja levada em consideração pelo Copom nas próximas reuniões. ‘Frear a inflação de itens essenciais em 2022, como tem sido amplamente discutido nos últimos dias, poderá pesar sobre a inflação de 2023 e postergar o ciclo de baixa na taxa Selic’, finaliza Flavio Calife.
(Redação – Investimentos e Notícias)