Economia

Copom realiza primeira reunião do ano para definir Selic

O ano começou e, com ele, uma série de novas decisões que precisam ser tomadas. A principal delas é a definição sobre a taxa básica de juros, que será anunciada dentro dos próximos dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

A primeira reunião do BC em 2023 começou nesta terça-feira, 31, em Brasília, sendo que o Copom anuncia amanhã a decisão sobre o futuro do país nos meses seguintes.

O governo brasileiro olha, atualmente, para o cenário de incertezas tanto nos Estados Unidos – que emplaca uma possível recessão -, quanto no Brasil, com o comportamento da inflação no país.

Segundo a pesquisa semanal realizada com analistas de mercado – boletim Focus -, a Selic deverá ser mantida em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida, permanecendo nesse nível até próximo ao fim do primeiro semestre.

No entanto, na ata da última reunião, os membros do Copom indicaram que pretendiam manter a taxa básica de juros, mas não descartam a possibilidade de novos reajustes, caso a inflação persista no médio prazo.

Vale lembrar, que a Selic foi reajustada sucessivamente até chegar a 13,75% ao ano em agosto de 2022, quando foi mantida nos meses seguintes. No entanto, ela chegou a bater seu menor nível da história em 2% até março de 2021.

Inflação

Essa oscilação acontece por conta das expectativas de inflação. A última edição do boletim Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,48% para 5,74% em 2023.

Tal cenário se apresenta por diversos fatores. O IPCA-15 acelerou em janeiro por causa dos preços de alimentos e de gastos que sobem no início de cada ano, como os planos de saúde, por exemplo.

As incertezas em relação ao atual governo também têm provocado volatilidade no mercado financeiro, afetando, consequentemente, o índice que funciona como prévia da inflação oficial.

Ainda segundo o BC, para 2023, a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para os analistas, isso significa que o teto da meta será estourado pelo terceiro ano consecutivo, a menos que o governo eleve a meta – algo já sugerido pela equipe econômica.

Além disso, o Copom também analisa o ritmo de aperto monetário para os americanos.

O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) divulgará a taxa básica de juros da maior economia mundial poucas horas antes da decisão do BC brasileiro. Entretanto, após dados mostrarem a desaceleração norte-americana, as chances de um aumento mais brando por parte do Fed é bastante possível, o que certamente reduzirá a pressão sobre o Banco Central do Brasil.

Trajetória Monetária

A taxa Selic está em seu maior patamar desde janeiro de 2017. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Logo após, o Copom voltou a reduzir os juros até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018.

O principal instrumento para o controle da inflação continuou a cair e, em julho de 2019, o indicador voltou a recuar até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, quando atingiu 2% ao ano.

Já em 2021, a taxa básica engrenou uma subida em março, até atingir 13,75% ao ano em agosto de 2022.

Importância da taxa Selic

Vale lembrar, que a taxa básica é usada como referência em muitas negociações, dentre elas a de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), além de servir de referência para as demais taxas da economia.

Ou seja, quando o Copom aumenta os juros é porque ele pretende conter a demanda desenfreada da atividade econômica. Isso faz com que os juros de todos os produtos e serviços subam, encarecendo o crédito e fazendo com que as empresas reduzam a produção.

Do outro lado, quando a Selic recua, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, diminuindo, assim, o controle da inflação.

Porém, é bom lembrar que as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, visto que os bancos também consideram outros pontos na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, além da taxa implantada pelo governo.

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