O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia, nesta terça-feira (12), a oitava e última reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. No encontro, que termina amanhã (13), a expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 12,25% ao ano para 11,75% ao ano, segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas de mercado.
Este deverá ser o quarto corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário (juros que desestimulam a economia). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.
Os membros do Copom já previam cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo semestre. No comunicado do último encontro, em novembro, o órgão informou que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária.
Para o ano que vem, a estimativa dos analistas é que as reduções continuem, em menor medida, e que a Selic encerre 2024 em 9,25% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano.
Taxa Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
A taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia. O BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom).
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, que é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Data da reunião do Copom | Período de vigência | Meta da Selic % a.a. |
02/11/2023 | 03/11/2023 atual | 12,25 |
20/09/2023 | 21/09/2023 – 02/11/2023 | 12,75 |
02/08/2023 | 03/08/2023 – 20/09/2023 | 13,25 |
21/06/2023 | 22/06/2023 – 02/08/2023 | 13,75 |
03/05/2023 | 04/05/2023 – 21/06/2023 | 13,75 |
22/03/2023 | 23/03/2023 – 03/05/2023 | 13,75 |
01/02/2023 | 02/02/2023 – 22/03/2023 | 13,75 |
07/12/2022 | 08/12/2022 – 01/02/2023 | 13,75 |
26/10/2022 | 27/10/2022 – 07/12/2022 | 13,75 |
21/09/2022 | 22/09/2022 – 26/10/2022 | 13,75 |
03/08/2022 | 04/08/2022 – 21/09/2022 | 13,75 |
15/06/2022 | 17/06/2022 – 03/08/2022 | 13,25 |
04/05/2022 | 05/05/2022 – 16/06/2022 | 12,75 |
16/03/2022 | 17/03/2022 – 04/05/2022 | 11,75 |
02/02/2022 | 03/02/2022 – 16/03/2022 | 10,75 |
08/12/2021 | 09/12/2021 – 02/02/2022 | 9,25 |
27/10/2021 | 28/10/2021 – 08/12/2021 | 7,75 |
22/09/2021 | 23/09/2021 – 27/10/2021 | 6,25 |
04/08/2021 | 05/08/2021 – 22/09/2021 | 5,25 |
16/06/2021 | 17/06/2021 – 04/08/2021 | 4,25 |
05/05/2021 | 06/05/2021 – 16/06/2021 | 3,50 |
17/03/2021 | 18/03/2021 – 05/05/2021 | 2,75 |
20/01/2021 | 21/01/2021 – 17/03/2021 | 2,00 |
09/12/2020 | 10/12/2020 – 20/01/2021 | 2,00 |
28/10/2020 | 29/10/2020 – 09/12/2020 | 2,00 |
16/09/2020 | 17/09/2020 – 28/10/2020 | 2,00 |
05/08/2020 | 06/08/2020 – 16/09/2020 | 2,00 |
17/06/2020 | 18/06/2020 – 05/08/2020 | 2,25 |
06/05/2020 | 07/05/2020 – 17/06/2020 | 3,00 |
18/03/2020 | 19/03/2020 – 06/05/2020 | 3,75 |
05/02/2020 | 06/02/2020 – 18/03/2020 | 4,25 |
11/12/2019 | 12/12/2019 – 05/02/2020 | 4,50 |
30/10/2019 | 31/10/2019 – 11/12/2019 | 5,00 |
18/09/2019 | 19/09/2019 – 30/10/2019 | 5,50 |
31/07/2019 | 01/08/2019 – 18/09/2019 | 6,00 |
19/06/2019 | 21/06/2019 – 31/07/2019 | 6,50 |
08/05/2019 | 09/05/2019 – 20/06/2019 | 6,50 |
20/03/2019 | 21/03/2019 – 08/05/2019 | 6,50 |
06/02/2019 | 07/02/2019 – 20/03/2019 | 6,50 |
12/12/2018 | 13/12/2018 – 06/02/2019 | 6,20 |
31/10/2018 | 01/11/2018 – 12/12/2018 | 6,50 |
19/09/2018 | 20/09/2018 – 31/10/2018 | 6,50 |
01/08/2018 | 02/08/2018 – 19/09/2018 | 6,50 |
20/06/2018 | 21/06/2018 – 01/08/2018 | 6,50 |
16/05/2018 | 17/05/2018 – 20/06/2018 | 6,50 |
21/03/2018 | 22/03/2018 – 16/05/2018 | 6,50 |
07/02/2018 | 08/02/2018 – 21/03/2018 | 6,75 |
06/12/2017 | 07/12/2017 – 07/02/2018 | 7,00 |
25/10/2017 | 26/10/2017 – 06/12/2017 | 7,50 |
06/09/2017 | 08/09/2017 – 25/10/2017 | 8,25 |
26/07/2017 | 27/07/2017 – 06/09/2017 | 9,25 |
31/05/2017 | 01/06/2017 – 26/07/2017 | 10,25 |
12/04/2017 | 13/04/2017 – 31/05/2017 | 11,25 |
22/02/2017 | 23/02/2017 – 12/04/2017 | 12,25 |
11/01/2017 | 12/01/2017 – 22/02/2017 | 13,00 |
Como a Taxa Selic é definida?
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Meta de inflação
Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância.
Em novembro, o aumento de preços dos alimentos pressionou o resultado da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país ficou em 0,28%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi maior que a taxa de setembro, que teve alta de 0,24%.
A inflação acumulada este ano atingiu 4,04%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%.
Como a taxa Selic afeta a sua vida?
A Selic é um indicador importante e afeta a vida das pessoas em diferentes maneiras. Em momentos de alta da taxa, os juros tendem a ser maiores, o que tende a reduzir os pedidos de crédito no país. O oposto também acontece: com a Selic mais baixa, o custo para pedir crédito também diminui e mais pessoas começam a fazer pedidos no mercado.
E para quem investe, alguns tipos de investimento estão atrelados à Selic, ou seja, rendem mais quando o indicador está mais alto. Em agosto de 2020, a taxa atingiu o seu menor nível histórico (2,0% ao ano). Desde então, muitos investidores começaram a rever sua estratégia para buscar opções que oferecessem melhores resultados.
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