Educação financeira

Saiba tudo sobre ETFs, as vantagens e desvantagens de investir nesses fundos

Os ETFs (Exchange Traded Funds) vêm ganhando espaço na bolsa de valores brasileira. Os chamados fundos de índices nada mais são do que fundos de investimentos – uma aplicação realizada em conjunto por diversos investidores que disponibilizam seus recursos.

No entanto, eles possuem algumas características específicas que os distingue dos fundos tradicionais, o que os tornam uma alternativa para investidores diversificarem a carteira de aplicações com pouco custo.

Os ETFs são mais conhecidos no exterior do que no Brasil, mas aos poucos começam a ter mais liquidez e a chamar atenção dentro do mercado nacional. A principal característica desse tipo de investimento é que ele sempre é atrelado a um índice de referência, também chamado de subjacente. Isso significa, que o gestor ajusta a composição do ETF de modo que ela seja a mais parecida possível com a do indicador.

Outro ponto observado são as cotas dos ETFs, que são negociadas no pregão da bolsa de valores como se fossem ações. O desempenho dessas cotas varia de acordo com a performance dos papéis, respondendo também à oferta de demanda pelas cotas no mercado.

Para quem não sabe, o primeiro ETF brasileiro foi lançado em 2004. Ele é conhecido como PIBB (ou Papéis de Índice Brasil Bovespa) e é referenciado no IBrX-50 – índice formado pelas 50 ações mais negociadas da bolsa brasileira.

O PIBB é administrado pelo Itaú e foi criado para estimular o acesso dos pequenos investidores ao mercado de ações. Depois dele, muitos outros ETFs surgiram no país e passaram a ser referenciados por índices como Ibovespa, Índice de Governança Corporativa (IGC) e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

Além desses nomes, existem o Índice de Dividendos (IDIV), o S&P 500 (um dos principais índices do mercado americano de ações) e o ETFs que têm como base índices de renda fixa, como o IMA-B (que acompanha o desempenho de títulos públicos atrelados à inflação).

Segundo informações da B3, a cada ano, o volume de negociações com ETFs aumenta. Em 2018, a média diária foi de R$ 432 milhões. Já em 2020, o valor somava R$ 1,5 bilhão nos dois primeiros meses do ano.

Tipos de ETFs

Os fundos de índices de ações são os mais conhecidos. Dentro deles existem muitas opções, como ETFs de índices amplos, segmentados, setoriais, nacionais ou internacionais.

Há também fundos de outros índices, como ETFs de moedas, de criptomoedas, de commodities ou de papéis de renda fixa. No entanto, no mercado brasileiro, os ETFs de renda variável são os mais numerosos.

Em relação à rentabilidade, o objetivo de um gestor de ETFs é sempre manter a carteira o mais próximo possível da composição do seu índice de referência. Por consequência, a rentabilidade de um fundo de índice sempre será avaliada conforme o desempenho do mesmo.

Em casos bem sucedidos, o lucro será o mesmo ou quase o mesmo apresentado pelo indicador de referência. Em contrapartida, se o índice recuar, o mesmo deverá acontecer com o fundo, tornando a rentabilidade negativa.

Custos

Os custos de negociar ETFs são semelhantes aos que existem para comprar e vender ações na bolsa de valores. O investidor precisa pagar uma taxa para a corretora intermediar a operação, além de algumas taxas de negociação para a B3.

É necessário também pagar uma taxa de administração ao gestor do ETF. Esse valor remunera o trabalho realizado pelo gestor, que é o responsável por definir o período, a quantidade e quais papéis serão comprados ou vendidos.

Os ETFs estão sujeitos ainda à incidência de Imposto de Renda. A alíquota é de 15% sobre os ganhos, com exceção do ETF de fundos imobiliários, no qual a alíquota é de 20%.

Vale lembrar, que não há isenção de IR para quem realiza vendas na bolsa de valores até R$ 20 mil mensais, diferentemente do investidor que negocia ações diretamente na B3, pois este possui o benefício da isenção.

Além disso, é importante saber que o recolhimento do Imposto de Renda no caso dos produtos de renda variável não acontece na fonte. O próprio investidor tem que calcular o valor do tributo devido em caso de ganhos no momento da venda das cotas e realizar o pagamento por meio de um Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF) até o último dia útil do mês seguinte à operação.

Já nos ETFs de renda fixa, o imposto de 15% é retido na fonte, com recolhimento pela corretora intermediadora.

ETFs e fundos de investimento

A diferença de ETFs e fundos de investimento tradicionais está na gestão dos ativos. No caso dos ETFs a gestão é chamada de passiva – quando os gestores se preocupam apenas em replicar a composição e o desempenho de um índice de referência.

Nos fundos de investimentos o processo é chamado ativo, pois os gestores estão sempre procurando as melhores oportunidades de aplicação para obter retorno acima do seu índice de referência.

Vantagens e desvantagens dos ETFs

É importante entender que os ETFs contam com algumas vantagens que podem atrair investidores, sendo a principal delas a possibilidade de diversificação de maneira simples, reduzindo o risco.

Outra vantagem é poder acompanhar os rendimentos médios do mercado. Para alguns investidores pode parecer uma desvantagem não superar o benchmark, mas a verdade é que gestões ativas nem sempre dão resultados consistentes.

Em resumo, se você tem dificuldade para analisar as Ações e montar sua própria carteira atrativa, os ETFs são uma oportunidade de acompanhar o mercado dedicando menos tempo, além de obter menores custos.

A liquidez também é um fator positivo, visto que é permitido comprar e vender um ETF a qualquer momento, desde a abertura até o fechamento do mercado.

Já em relação às desvantagens, lembre-se que se trata de um investimento de renda variável, o que incide em volatilidade e risco de prejuízo real.

Outro ponto que pode ser negativo para alguns investidores é a perda de autonomia. Afinal, é um gestor quem toma as decisões e não você, o que interfere no seu perfil de investidor.

Por fim, a característica do fundo em se manter na média do mercado também indica que se você prefere buscar rentabilidades acima do benchmark, talvez esse não seja seu tipo de investimento ideal.

Como investir em ETF

As vantagens de ter um ETF na carteira de investimentos são: simplicidade na negociação, diversificação dos investimentos, facilidade de balanceamento, custo administrativo e uso variado do ativo.

É possível, por exemplo, tomar ETFs emprestados para vendê-los no mercado à vista ou até como margem de garantia para operações no mercado futuro, fazendo assim uma renda extra.

Quem deseja investir em ETFs deve primeiramente escolher uma corretora, considerando aspectos como os custos de operação e a variedade de opções de investimentos da instituição. Não se esqueça de verificar a qualidade da plataforma de negociação e o acesso ao suporte para tirar dúvidas.

Após abrir a conta, basta transferir os recursos – por meio de TED ou DOC – para começar a operar.

A escolha do ETF deve obedecer a alguns critérios. Em primeiro lugar, o investidor deve verificar se o produto está adequado ao seu próprio perfil de risco. Se for um ETF de renda variável, por exemplo, o investidor deve estar preparado para as oscilações que podem acontecer nas cotas, mantendo a aplicação no longo prazo, de modo a capturar os ganhos e superar eventuais perdas momentâneas.

O mais importante de tudo é dedicar um tempo para estudar um pouco sobre as variedades de ETFs, que refletem diferentes tipos de indicadores do mercado. As corretoras e casas de análise, inclusive, costumam disponibilizar relatórios de recomendação para que o investidor compre e venda seus papéis com mais informações sobre os papéis.

Esse recurso pode ser um bom começo para quem deseja conhecer melhor o mercado de ETFs.

(Redação – Investimentos e Notícias)