Segundo levantamento mensal realizado pela BitPreço, que compara o desempenho da Bitcoin e da Ethereum a partir da análise de negociações em sua plataforma, que reúne as 28 principais corretoras que atuam no mercado brasileiro, além do próprio marketplace, o mês de outubro manteve a tradição da expressão “uptober”. O que significa que as criptomoedas se mantiveram em alta no mês, fato que ocorre quase todos os anos desde a criação do ativo. O preço da Bitcoin subiu 6,12%, caminhando dos R$ 104.746,00 até os R$ 111.155,00 no fechamento, com uma mínima do período de R$ 96.823,00 e máxima R$ 112.000,00, já no final do mês. Assim como a Bitcoin, no final de outubro, a Ethereum registrou uma alta de 21%, fechando a R$ 8.807,57, com um valor médio de R$ 7.279,97.
“A lateralização e a queda lenta que já vinham tornando amarga a vida dos investidores há alguns meses deu espaço para um otimismo ainda tímido. O preço médio diário foi de R$ 104.265,86. Ou seja, quem comprou abaixo desse preço em outubro fez um negócio ainda melhor, já que adquirir Bitcoin, por si só, já é uma ótima escolha”, comenta o head de comunicação da BitPreço, Israel Buzaym.
Mesmo com uma melhora nos preços, o volume de negociação de Bitcoin ficou 39% abaixo do registrado no mês anterior, chegando a 2.815,53 unidades. “Acreditamos que o apetite da grande massa de investidores ainda não voltou aos criptoativos. A renda fixa continua sendo atrativa para a maior parte do capital brasileiro”, completa Buzaym. No caso da Ethereum, a queda registrada foi ainda maior: 54,70% abaixo em relação a setembro, passando a 9.453,42 unidades.
Perspectivas
Com relação ao futuro, as perspectivas são positivas para as criptos, principalmente a Bitcoin, mesmo com as quedas dos preços registradas nos últimos 12 meses – ela já amarga 70% de queda. “A Bitcoin continua tendo as mesmas características que dão valor a ela, com destaque para a escassez programada e para a não-sujeição aos efeitos de políticas monetárias inflacionárias. Indicadores on-chain, isto é, insights retirados a partir de dados da rede Bitcoin, mostram que as conhecidas wallets de baleias continuam acumulando a criptomoeda. Além disso, métricas públicas das corretoras internacionais têm mostrado um intenso fluxo de capital de compra (moeda corrente e stable coins) entrando nas exchanges”, explica o executivo da BitPreço.
Para novembro, segundo Buzaym, a expectativa é de um mês ainda conservador, mas com o mesmo otimismo visto em outubro. Em sua opinião, a melhora ou a permanência do cenário macroeconômico é uma oportunidade para que o investidor de cripto volte a fazer aportes para aproveitar o preço baixo para acumulação. “O risco de quedas mais acentuadas fica por conta da correlação com o mercado financeiro tradicional: se houver queda forte nas bolsas americanas, as ações e a renda variável como um todo devem sofrer e, claro, as criptomoedas – ainda mais voláteis – devem seguir o movimento de baixa. Isso pode acontecer, como aprendemos nos últimos anos, como resultado de qualquer evento de incerteza global (pandemia, guerras etc.)”, analisa.