Em épocas de juros altos, a taxa Selic se mantém em 13,75%, o que resulta em juros nada convidativos para financiamentos, o consórcio ressurge para muitos como uma opção para se obter um patrimônio. Para se ter um ideia, dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram um crescimento da modalidade: entre janeiro e setembro de 2022, foram 2,95 milhões de novas cotas negociadas, ante 2,58 milhões de adesões contabilizadas no mesmo período em 2021.
A CEO do Fala Bancário e especialista em vendas, Kelly Evangelista, analisa esse cenário e afirma que o consórcio aparece com um leque de possibilidades, se colocando como uma opção mais aderente à capacidade de pagamento de boa parte da população. “Existe uma variedade de nichos atendidos pelo consórcio, sendo os mais famosos os de imóveis e automóveis. Para muitas famílias, o consórcio é o meio que viabiliza a realização de um sonho”, explica.
Fundo monetário
O consórcio é uma modalidade de acesso ao crédito, em que administradora e consorciados planejam a compra de bens ou contratação de serviços. Evangelista explica que as parcelas pagas formam o fundo monetário que irá permitir a compra do bem desejado, dentro do prazo e da cota estabelecida. “Esse fundo serve para contemplar os integrantes ao longo da duração do grupo em questão. A contemplação ocorre quando o consorciado consegue o direito de utilizar a carta de crédito para realizar a aquisição do bem estimado”, completa. A carta de crédito é uma parte do fundo, e pode ser sorteada pela administradora ou entregue ao consorciado após o pagamento da última parcela.
Diferentemente do financiamento com instituições financeiras, o processo para o indivíduo entrar em um consórcio é bem menos burocrático. “É preciso apresentar RG, CPF e um comprovante de renda atualizado. Depois, ocorre a assinatura do contrato de participação, documento que apresenta detalhes importantes como as regras, valores das parcelas, total de cotas, entre outros dados relevantes que precisam ser bem observados antes de formalizar o compromisso”, conta a CEO do Fala Bancário.
Kelly Evangelista reforça, porém, que a modalidade é recomendada para quem não possui recursos para pagar à vista ou urgência na aquisição do bem ou serviço. O consórcio preserva o poder de compra e oferece diversidade de prazos para pagamentos, além da possibilidade de se obter a carta de crédito mensalmente nos sorteios. “Com educação financeira e planejamento é possível obter o bem dando um lance, como se fosse um leilão, e antecipar a realização do sonho”, finaliza a executiva.