Mercado Imobiliário

Confira formas de investir com pouco ou nenhum recurso próprio no mercado imobiliário 

O mercado imobiliário é um dos poucos ambientes que se mostram seguros e lucrativos para investidores em tempos de instabilidade econômica – pacote que inclui guerra na Ucrânia, véspera de eleições, inflação superlativa, alta dos combustíveis e os efeitos da pandemia da Covid-19, que ainda deixam rastros em diversos setores da economia.

Alguns especialistas alertam que aportar em imóveis novos de médio e alto padrão, que atendem a um público que sofre menos com as oscilações econômicas, continua a ser um nicho promissor, assim como empreender na construção de imóveis destinados à locação, num momento em que cada vez mais pessoas buscam flexibilidade na moradia. 

Enquanto investidores experientes já surfam entre as alternativas de rentabilidade do mercado imobiliário, porém, os iniciantes ou menores tendem a acreditar que é necessário dispor de muito recurso para ingressar no jogo. A verdade, segundo o engenheiro civil e fundador da Comunidade Domus, Leo Ribeiro, é que esse é um mercado muito mais democrático do que se imagina. O especialista afirma que qualquer pessoa consegue investir e ter rentabilidade, multiplicando seu patrimônio, mas é preciso entender as opções para fazê-lo de forma segura e com garantia de retorno. 

Com isso, investir em um imóvel na planta, por exemplo, não é recomendado para quem dispõe de recursos mais enxutos. Além dos atrasos na obra, tão comuns na construção civil que a própria lei prevê uma tolerância de 6 meses em cima do prazo de entrega prometido, há outros riscos envolvidos na modalidade. A falência da própria construtora ou incorporadora responsável por erguer o empreendimento é um deles. Uma ação judicial poderá garantir que o investidor recupere seu dinheiro, mas isso pode demorar muito tempo – opção problemática para quem não possui reservas maiores. 

“Essa alternativa de investimento é muito interessante para investidores mais qualificados que não dependem desses recursos no curto e médio prazo, já que o ciclo entre aquisição de um imóvel na planta até o recebimento e liquidez costuma ultrapassar os 36 meses”, disse Leo Ribeiro, especialista em mercado imobiliário

Entre as opções para pessoas com menos recursos que querem investir nesse mercado, portanto, as que garantem baixo risco e prazos menores de retorno financeiro são mais recomendadas. A mais conhecida e difundida do segmento são os FII (Fundos de Investimento Imobiliário), que ficam sob o guarda-chuva da Bolsa de Valores. Funcionando como uma espécie de clube, os FII reúnem grupos de investidores para aportar, através de cotas, em um conjunto de empreendimentos de diversos tipos, geralmente de uso comercial. Ao aplicar dinheiro nesse tipo de fundo, o investidor tem direito a um “pedaço” desses imóveis. O lucro aqui vem da valorização dos fundos ou com a venda da cota adquirida – e a rentabilidade vai depender do cenário econômico, podendo ser positiva, nula ou negativa. 

Outra forma de investir que vem se popularizando ao longo dos anos é o crowdfunding imobiliário, que parte da mesma lógica que os FII, mas foca em somente um empreendimento. Após captar recursos com diversos investidores, que financiam coletivamente o projeto, a plataforma de crowdfunding mantém o dinheiro investido durante um prazo pré-definido e, no final do período, os investidores recebem parte do Valor Geral de Vendas (VGV) daquele empreendimento e o rendimento referente ao recurso que alocaram. 

“Existem tanto plataformas eletrônicas para investimento coletivo autorizadas pela CVM como a possiblidade de investir diretamente através de incorporadoras, se tornando sócio do empreendimento e tendo participação nos lucros.”, Leo Ribeiro – especialista em mercado imobiliário e fundador da Domus 

Para quem não tem experiência como investidor ou tem receio de “terceirizar” o recurso próprio para empreender em incorporação imobiliária, o especialista diz que uma das formas mais acessíveis, seguras e rentáveis de ingressar no mercado é através da compra de terrenos e construção de casas para venda. Mesmo que baixo, o recurso próprio pode ser somado a um financiamento específico para este fim – modalidade que costuma ter condições bastante vantajosas, principalmente se feita pela Caixa Econômica Federal. 

Qualquer pessoa física pode conseguir um empréstimo do gênero na instituição financeira apenas com a comprovação de renda que garanta o pagamento da parcela do financiamento, sem alienação de nenhum bem. Outra vantagem é que o pagamento só começa após a finalização da obra, que dura até 12 meses, em média. 

“É pouco difundido que é possível fazer o financiamento de até 80% do custo entre o terreno e a construção”, Ribeiro sublinha. “A disponibilização de valor em caixa do investidor é muito baixa comparada ao lucro que ele terá no final do ciclo de investimento”, acrescenta, revelando que a valorização do imóvel depois de pronto é de cerca de 60%. Mesmo após quitar o financiamento e subtrair outros valores, como a comissão do corretor, o aporte inicial do próprio investidor e os tributos sobre o ganho de capital, o lucro líquido final da operação representa mais de 150% de retorno sobre o capital investido inicialmente, alerta ele. 

“São pessoas de diversos ramos – funcionários públicos, personal trainers, médicos, arquitetos e empresários – que encontraram na construção de casas para venda uma atividade de renda extra que protege e multiplica o seu patrimônio”, finaliza Leo Ribeiro.

(Redação – Investimentos e Notícias)