O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva desembarcaram em Buenos Aires no domingo, 22, pensando em fortalecer as relações econômicas, que ficaram abaladas durante o governo Bolsonaro. Sendo assim, entra em pauta a criação de uma moeda comum entre os países. Isso significa que o Real vai acabar?
Existem muitas especulações, entretanto a nova moeda seria usada apenas em transações financeiras e comerciais entre países que fazem parte do Mercosul.
A criação seria para favorecer os países latinos, que atualmente ficam muito dependentes do dólar, mesmo em transações feitas entre países sul-americanos. Dessa maneira os países ficam livres das flutuações do câmbio.
Sobre o assunto, existem poucas certezas e muita especulação. Uma delas diz respeito a emissão e regulamentação da moeda, e deve ter como base de exemplo a distribuição do Euro, que é feita pelo Banco Central Europeu.
Contudo, a ideia ainda está no começo e não tem previsão de quando irá sair do papel. Além disso, a nova moeda não irá afetar ou acabar com real, peso argentino ou qualquer outra moeda dos países envolvidos.
Ela não irá circular para comercio doméstico, ou seja feito dentro do país. Será usada apenas para transações entre países.
Moeda comum não é nenhuma novidade
Apesar de parecer um assunto novo, ainda mais com o reforço do presidente Lula visitando e tendo uma série de reuniões com o presidente da Argentina Alberto Fernández, a ideia de uma moeda única presente no Mercosul vem sendo discutida desde a era Sarney, em 1980.
Desde então ambos países tentam uma maneira de tirar a moeda do papel. A ideia é preservar suas reservas internacionais em dólar quando a transação for feita entre eles.
O que vem impedindo os governantes é a diferença econômica entre os países, além de questões diplomáticas e burocráticas.
Recentemente, durante a campanha à presidência, Lula citou um artigo escrito por Fernando Haddad e Gabriel Galípolo –hoje ministro da Fazenda e secretário-executivo do ministério, sobre o assunto.
Retorno diplomático
A visita do presidente Lula a Argentina também marca a volta do Brasil a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), grupo que o país tinha abandonado em 2019 por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com o Mercosul atravessando um período de crise, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández defendem os acordos econômicos conjuntos.
“Juntamente com os nossos sócios, queremos que o Mercosul constitua uma plataforma para a nossa efetiva integração ao mundo, por meio da negociação conjunta de acordos comerciais equilibrados e que atendam aos nossos objetivos estratégicos de desenvolvimento”
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil e Alberto Fernández, Presidente da Argentina