Doze ex-agentes do FBI processaram autoridades do FBI e do Departamento de Justiça nesta segunda-feira, dizendo que foram demitidos ilegalmente por se ajoelharem em um esforço para reprimir protestos por justiça racial em 2020 que eclodiram após o assassinato de George Floyd pela polícia. Na ação judicial, os ex-agentes disseram acreditar que suas demissões em massa foram ordenadas pelo governo do presidente Donald Trump e que o diretor do FBI, Kash Patel, estava determinado a removê-los de seus cargos assim que ele fosse confirmado. Protocolada no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Colúmbia, a ação judicial não menciona os nomes dos agentes, nove deles mulheres. A apresentação da ação ocorre após autoridades do FBI, incluindo o ex-diretor interino do FBI Brian Driscoll, entrarem com uma ação judicial, em setembro, sobre suas demissões em massa, sob o argumento de que foram demitidos em uma “campanha de retribuição”. Um porta-voz do FBI se recusou a comentar o litígio.
ASSASSINATO DE FLOYD
O assassinato de Floyd em Minneapolis por um policial branco em maio de 2020 provocou uma enxurrada de protestos em todo o mundo. O então procurador-geral Bill Barr enviou agentes federais, inclusive agentes do escritório de campo do FBI em Washington, para tentar conter a agitação civil. Em 4 de junho de 2020, quando um grupo de agentes do FBI estava perto dos Arquivos Nacionais, uma multidão de manifestantes os cercou e os encostou em uma parede. Em meio ao caos, vários dos agentes se ajoelharam. Logo, outros seguiram o exemplo depois de perceberem que isso estava ajudando a acalmar a multidão. A decisão dos agentes de se ajoelharem foi posteriormente analisada por altos funcionários do FBI, que determinaram que os agentes haviam tomado essa medida para conter o caos, e não por motivos políticos. As fotos dos agentes ajoelhados tornaram-se virais nas mídias sociais e levaram alguns dos apoiadores de Trump a acusá-los de se ajoelharem em apoio a movimentos de esquerda. Em 2023, Trump também chamou a atenção para o incidente, postando em sua conta no Truth Social uma notícia sobre os agentes, na qual o então representante dos EUA Matt Gaetz os acusava de receberem promoções “de luxo” no FBI. Na ação judicial desta segunda-feira, vários dos ex-agentes disseram que foram abruptamente rebaixados de cargos de supervisão em abril por causa do incidente do ajoelhamento. Depois disso, Patel ordenou que Steve Jensen, ex-chefe do escritório de campo do FBI em Washington também demitido posteriormente, compilasse uma lista de nomes de todos os que se ajoelharam naquele dia, diz o processo. Jensen convenceu Patel a iniciar primeiro uma investigação interna, antes de tomar qualquer medida. Mas em setembro, enquanto a revisão interna ainda estava em curso e nenhuma decisão havia sido tomada, os agentes foram demitidos, diz o processo. (Com Reuters)