Quem pretende entrar para o mundo dos investimentos em 2023, já está ciente de que o mercado financeiro está cada dia mais promissor. Isso porque, os investimentos privados no Brasil têm apresentado bons resultados, e as perspectivas são as mais altas possíveis.
Segundo analistas de mercado, após o ciclo de baixa entre 2014 e 2016, o país viveu um novo crescimento em relação ao segmento, sendo que, em 2021, os investimentos privados representaram 17,56% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ante 12,88% registrados em 2017.
Com isso, os especialistas acreditam que novos marcos regulatórios, concessões e privatizações sejam os responsáveis pelo retorno do investimento privado ao país, o que beneficia, entre outros setores, o da infraestrutura.
Para se ter uma ideia, a Construção Civil – que é um dos principais segmentos da categoria – registrou o oitavo trimestre consecutivo de alta, ajudando o PIB a atingir 1,2% no segundo trimestre e 3,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2021.
Pois bem, é olhando para este cenário que os Fundos de Infraestrutura (FI-Infra) se mostram bastante atrativos para o mercado de capitais.
Fundos Infraestrutura
Os FI-Infra têm o objetivo de adquirir dívidas de companhias nos setores de concessões, o que significa que eles são títulos de dívida onde o investidor, pessoa física, “empresta dinheiro para financiar projetos de infraestrutura no Brasil” e em troca desse dinheiro, a pessoa recebe uma remuneração.
Os fundos operam como uma espécie de condomínio fechado, no qual não é possível resgatar as cotas, podendo ao investidor apenas negociá-las na B3 (mercado secundário).
Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, o atual ambiente econômico é uma oportunidade para os fundos, visto que o percurso se direciona para a retomada do investimento privado no Brasil, que segue uma melhora nos marcos regulatórios, como a reestruturação das regras do setor de saneamento, que permitiu a contratação de novos projetos de infraestrutura em todo o país.
Em outras palavras, os FI-Infra são importantes porque oferecem mais liquidez aos papéis, além de fazerem uma diversificação e monitoramento do risco em nome dos investidores. Além disso, ele se torna uma alternativa para as pessoas que desejam ter acesso a esses tipos de investimentos.
“Para as empresas, é um novo mercado que permite a captação de recursos de longo prazo com um menor custo e, para os investidores, o rendimento atrelado ao IPCA com isenção de imposto de renda também se torna atrativo”, afirma Rafaela.
Onde estão os Fundos
Os fundos estão presentes em diversos setores da economia, tais como: Geração hidrelétrica; Geração fotovoltaica; Transmissão de energia; Saneamento básico; Portos e Rodovia.
Vale lembrar, que o Brasil está, de fato, migrando cada vez mais para o segmento privado no quesito concessões, o que torna o negócio mais seguro, deixando-o fora das mãos do estado.
Os setores de rodovias, saneamento e energia são uma amostra clara deste cenário, o que deixa os fundos mais confiantes, com perspectivas de crescimento do setor. O marco do saneamento, por exemplo, é um importante movimento de saída de ativos das empresas estatais.
Vantagens e desvantagens
Entre as principais vantagens dos FI-Infra está a isenção de imposto de renda, uma vez que os rendimentos e ganho de capital são isentos de IR para o investidor pessoa física. Além disso, possuem maior liquidez que as alternativas, gestão profissional e maior diversificação.
Outro ponto é o impedimento pelo resgate de cotas em período de risco. Ou seja, o investidor, geralmente, tende a solicitar o resgate das cotas quando algo traz insegurança a ele. Porém, por se tratar de um regime fechado, ele não pode tomar essa atitude.
Logo, a carteira do gestor não precisa vender as debêntures para fazer caixa e quitar o resgate, diferentemente do regime aberto, onde o investidor pode pedir o resgate e o gestor terá de pagar, sendo forçado a vender seus ativos ou parte deles.
Já as desvantagens são direcionadas para as taxas de administração e performance, além de pouco histórico de desempenho, tendo em vista que os FI-Infra são produtos novos no mercado. Atualmente, existem apenas nove ativos negociados na B3.
No entanto, assim como nas demais modalidades, o investidor sempre poderá enfrentar algum risco. Um deles é o risco de crédito, quando ocorre uma reestruturação das dívidas no portfólio do fundo, devido a condições financeiras adversas dos emissores.
Portanto, o ideal é sempre estudar o cenário e ficar atento ao que acontece no mundo dos investimentos, pois desta forma, você não terá desilusões e saberá como melhor investir seu dinheiro.