Com um cenário de alta dos juros e da inflação, os títulos de Renda Fixa tornaram-se uma opção muito interessante para os investidores, uma vez que a rentabilidade desse tipo de investimento também está subindo. Para se ter uma ideia do interesse dessa modalidade de investimento, dados divulgados pela B3 mostram que no segundo trimestre deste ano, o segmento atingiu 11,9 milhões de investidores pessoa física. Em comparação ao final de 2021, foi registrado um aumento de 1,7 milhão de investidores na modalidade e uma alta de R$ 280 bilhões no valor em custódia. Esse quadro chamou atenção também para os investimentos nos produtos corporativos de renda fixa.
Conforme os dados divulgados pela B3, os títulos de renda fixa corporativos, incluindo debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificado de Recebíveis (CR) e Notas Comerciais, alcançaram um estoque no valor de R$ 996,5 bilhões no primeiro semestre deste ano. Ainda segundo informações da bolsa, esse total é 31% maior do que o registrado no primeiro semestre de 2021. E esse aumento de emissões aconteceu em todos os produtos de dívida corporativa ao longo do primeiro semestre.
O destaque fica por conta das debêntures, que foram os títulos com maior crescimento, registrando R$ 129,4 bilhões entre janeiro e junho deste ano, 50% acima do valor do primeiro semestre de 2021, chegando a um estoque de R$ 761,6 bilhões. Os CRIs representaram R$ 17,9 bilhões no primeiro semestre, crescimento de 32% em comparação ao mesmo período do ano anterior e os CRAs tiveram R$ 16,8 bilhões registrados, alta de 58%. O comunicado informa também que o volume financeiro emitido de Notas Comerciais até junho, triplicou com relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 19,7 bilhões.
Já no que diz respeito aos títulos emitidos pelo Governo, conhecidos como Tesouro Direto, eles atingiram a marca de dois milhões de investidores no segundo trimestre, uma alta de 29% frente ao mesmo período do ano anterior. “Com os juros em alta, o rendimento dos títulos da Renda Fixa também aumentaram, tornando esses investimentos mais atrativos para compor uma carteira diversificada”, afirma Rodrigo Caetano, Analista de Investimentos da Toro.
Com os juros se mantendo em alta, o que se percebe é uma migração de investimentos de Renda Variável para a Renda Fixa. Nessa modalidade é possível financiar grandes empresas por meio dos títulos da Renda Fixa, também chamados de crédito privado, ou Renda Fixa Corporativa, que financiam projetos de infraestrutura, agronegócio e grandes empresas.
Quais são os principais títulos de crédito privado?
Os principais títulos de crédito privado são:
CRIs e CRAs
Consideradas ótimas opções para estratégias de longo prazo. O CRI é um investimento destinado a financiar transações do mercado imobiliário. O proprietário do imóvel que deseja ampliá-lo ou fazer uma reestruturação solicita a emissão de um CRI e, para conseguir esse empréstimo oferecer como garantia o valor dos aluguéis que receberá no futuro em troca do dinheiro para as obras. Uma securitizadora emite o CRI e antecipa os aluguéis. O investidor compra um título e empresta seu dinheiro ao emissor desse título. O CRA é parecido com o CRI, no entanto, voltado para o agronegócio.
Debêntures
São títulos de dívidas. Trata-se de um empréstimo para empresas que as emitem, desde que não sejam instituições financeiras ou de crédito imobiliário. Em vez de procurar um empréstimo nas instituições financeiras, a empresa lança debêntures no mercado para captar recursos. Neste caso, o investidor recebe os juros sobre o dinheiro que investiu na empresa, como se fosse um credor.
Notas promissórias
Trata-se de um título de crédito emitido por empresas, ou seja, funciona como um empréstimo que as empresas tomam para investimentos de curto prazo, por exemplo, para o seu capital de giro. Se a empresa for uma sociedade anônima de capital aberto, as notas promissórias devem ser emitidas com, no máximo, 360 dias de vencimento. No caso de uma sociedade anônima de capital fechado, o prazo é de, no máximo,180 dias.
Esses investimentos apresentam uma série de vantagens, entre elas:
- Rendimento acima de outros investimentos com menor risco que a Renda Variável.
- A Caderneta de Poupança ainda é um dos investimentos mais tradicionais do Brasil, enquanto que o CDI vem ganhando adeptos nos últimos anos e funciona como um título que “lastreia” as operações de empréstimos entre bancos. Embora tanto a poupança quanto o CDI acompanhem a Selic, a rentabilidade do CDI se mostra superior à da poupança, como mostra o gráfico.
- Nesta modalidade de investimento existem também as opções chamadas de high grade (alto grau de investimento), que recebem uma classificação, o rating do risco de crédito – uma nota de classificação dada a empresas, governos e títulos para avaliar o risco de crédito, isto é, a possibilidade que o tomador honre o pagamento dos empréstimos. Os títulos high grade apresentam melhores notas nas classificações de rating e, pela lei do risco x retorno, oferecem rentabilidade menor, uma vez que são mais seguros. Normalmente, são títulos emitidos por empresas com alto nível de capitalização, companhias consolidadas, com endividamento controlado e melhor histórico de inadimplência, reduzindo significativamente o nível de risco da carteira.
“Uma das principais vantagens para os investidores é a isenção de Imposto de Renda em alguns títulos de crédito privado. Essa isenção possibilita rendimentos líquidos maiores e, no longo prazo, isso faz muita diferença no bolso do investidor”, comenta Rodrigo Caetano, Analista de Investimentos da Toro.
Todo esse cenário mostra que atualmente os ativos de Renda Fixa se mostram como uma real oportunidade de bons investimentos na bolsa, além de oferecer ao investidor a oportunidade de ampliar sua carteira. No entanto, é preciso lembrar que a escolha dos ativos deve ser feita com muita cautela e análise, usando como base as informações disponíveis no mercado, como o rating dos títulos, rentabilidade e prazos, evitando riscos desnecessários. Para facilitar essa busca, os especialistas da Toro prepararam um relatório gratuito com recomendações dos melhores títulos de crédito privado para investir. Clique e veja agora os melhores investimentos da Renda Fixa Corporativa.
(Redação – Investimentos e Notícias)