A taxa básica de juros é um algoritmo que afeta a vida de todos os brasileiros. Ela possui o nome de taxa Selic e rege os processos de bem e consumo em todas as esferas, fazendo com que o preço dos produtos e serviços subam ou caiam de patamar.
Os anúncios de alta da taxa têm sido recorrentes no Brasil desde março de 2021, quando ela passou de 2% para 2,75%. Já em agosto de 2022, os juros atingiram a marca de 13,75%.
Esse pequeno número implica nas finanças das pessoas, já que o juro é o preço pago pelo uso de um valor monetário durante um período.
Na prática, quando você compra um produto que foi anunciado por R$ 100, por exemplo, e paga este valor de forma parcelada, ao final, certamente você dará um valor maior do que os R$ 100 que foram anunciados no ato da compra, o que significa que houve a incidência de juros naquela negociação.
Taxa Selic
A taxa Selic foi criada pelo Banco Central nacional e, a cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do BC se reúne para deliberar sobre a inflação no país e decidir se a taxa sobe, desce ou fica estável.
No geral, a taxa de juros sobe quando a inflação precisa ser contida, como é o caso do que acontece neste momento no país. Se os preços estão em alta, a taxa sobe para frear o consumo tanto do cidadão quanto do governo. Ou seja, se um produto sobe demais de preço e a renda dos trabalhadores não, ou a pessoa deixa de comprar ou acaba se endividando. No entanto, o objetivo da política monetária é conter os gastos para que todos consigam viver dentro de um mínimo de consumo possível.
Quando a situação é inversa (taxa de juros caindo), a política econômica do BC visa estimular o consumo. Com isso, a taxa Selic baixa passa a ter o objetivo de fazer a economia girar, estimulando as compras de bens de consumo, automóveis, imóveis, obtenção de crédito, entre outros.
Como a taxa Selic afeta o seu bolso?
O cenário brasileiro foi afetado drasticamente pela pandemia de covid-19, assim como as economias de todos os países. Desta forma, a tendência da taxa básica passou a ser de alta, visto que a inflação está subindo e o custo de vida ficando cada vez maior.
Isso quer dizer que o brasileiro tende a se endividar se não souber equilibrar a renda e os gastos mensais, algo que é totalmente prejudicial para a saúde financeira das famílias.
Conforme explicado anteriormente, a taxa Selic é uma espécie de “taxa mãe”, o que permite que ela incida em todas as demais taxas existentes no sistema financeiro do Brasil. O IPCA, por exemplo, que é o índice de preços ao consumidor, sofre influência da Selic, ou seja, quando se eleva a taxa básica de juros, há a redução do consumo e, consequentemente, a diminuição da inflação – o IPCA.
O IPCA é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e funciona para analisar o preço médio de um conjunto de produtos e serviços da população nos diferentes Estados brasileiros. Ele, juntamente com a Selic, mensura a inflação nossa de cada dia e quando eles variam, os efeitos são imediatamente sentidos nas compras dos consumidores, nas negociações bancárias e nos investimentos.
Portanto, com a taxa Selic em baixa, o país consegue mais oferta de crédito a juros mais baixos e as pessoas ficam mais seguras para comprar, fazer empréstimos e planejar gastos ou novos investimentos. Mas, é neste cenário que a inflação tende a subir.
Entretanto, se a taxa Selic sobe, o processo se inverte. Os juros ficam mais caros e o consumidor paga mais pelo empréstimo a cada mês, em financiamentos, parcelamentos ou cheque especial. Tal cenário estimula a desaceleração da economia e a tendência é que as pessoas gastem menos. Com isso, o preço cai e o resultado é um controle da inflação.
É desta forma que a taxa básica de juros afeta não só o bolso de todos os brasileiros, como diversos setores importantes da economia. No caso da construção civil, por exemplo, quando os juros estão baixos, a compra de um imóvel pode ser bastante interessante, porém, as altas seguidas têm manifestado um efeito reverso, pois adquirir um imóvel por meio de financiamento ou empréstimo não é recomendável em período de alta da Selic.
(Redação – Investimentos e Notícias)