Investimentos

Fundos imobiliários da União devem ter imóveis federais em breve

O Governo anunciou em janeiro que criaria os Fundos Imobiliários (FIIs) da União. Neste período, o Ministério da Economia se encarregou de selecionar 237 ativos para serem incorporados aos primeiros Fundos lançados.

O projeto tem sido tocado pela Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia e, segundo o ministério, a ideia era permitir que grandes áreas fossem incorporadas para a criação de novos bairros ou armazéns logísticos. Dentre eles, estão o Aeroporto Carlos Prates em Belo Horizonte e a Beira-Mar Sul em Florianópolis.

Tal planejamento indica que ao invés de o governo vender imóvel a imóvel, ele monetizará o sistema por meio de grandes lotes, garantindo, assim, uma escala de venda compatível com a oferta.

A garantia de liquidez para grandes imóveis também foi algo pensado. Isso porque, o governo entende que se esses imóveis fossem vendidos isoladamente, não teriam o mesmo êxito do que a estratégia aplicada com cotas em fundos.

Após esse estudo e o projeto piloto que foi realizado, o Ministério da Economia informou esta semana que planeja transferir imóveis federais para um fundo de investimento com participação de sócios privados.

As conversas com agentes do mercado financeiro para o primeiro experimento, que tem previsão de ser lançado ainda em 2022, com o nome “Incorpora, Brasil – Fundos Imobiliários Federais”, já foram iniciadas.

O modelo pretende impulsionar negócios por meio desses ativos. Segundo estudos feitos pela equipe do ministro Paulo Guedes, o número de imóveis alienáveis chega a R$ 97 bilhões.

Imóveis que podem ser transferidos para o fundo

A ideia do governo é lançar alguns fundos para testar o modelo. Os imóveis elegíveis são aqueles que não possuem um fim específico, sejam eles terrenos, galpões ou prédios desocupados.

Ainda de acordo com o governo, a B3 fornecerá assessoria técnica e apoio operacional para a sessão pública de licitação que selecionará os consórcios administradores dos fundos. Além disso, também será preciso concluir a seleção dos imóveis que integrarão o primeiro edital.

Serão criados, inicialmente, ao menos dois fundos: um logístico – com imóveis e terrenos próximos a rodovias e outros locais estratégicos para a movimentação de mercadorias – e outro comercial – com edificações para esse tipo de negócio. Logo após, outros fundos com perfis específicos deverão ser lançados.

Imóveis do INSS

Além de todo o plano em ação, o Congresso também aprovou neste ano uma autorização para que imóveis administrados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também sejam alienados por meio dos fundos. No entanto, os rendimentos provenientes destes fundos terão que ser revertidos à Previdência Social.

A aposta do governo com a administração dos fundos é que todos esses imóveis possam ser desmembrados, revitalizados ou gerenciados para que se tornem mais atrativos para potenciais compradores. De início, os fundos devem ser constituídos com 90% de participação da União e 10% de sócios privados.

Vale lembrar, que as regras de funcionamento de um FII (Fundo de Investimento Imobiliário), regidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), impedem o resgate antecipado de cotas, o que significa que os lucros não virão de forma imediata.

O governo finalizou a pauta, afirmando que muitos já seguem de olho na criação dos fundos. Em sondagens feitas no início do ano, participaram representantes de 14 instituições financeiras que atuam nesse mercado, entre elas Itaú BBA, Santander Asset e BTG Pactual.

(Redação – Investimentos e Notícias)