A Bolsa de Valores brasileira anunciou uma nova plataforma que foi desenvolvida totalmente em nuvem pela instituição. Segundo a B3, ela servirá para as negociações eletrônicas de ativos de renda fixa no mercado secundário – que é aquele em que os títulos são negociados entre os investidores.
O objetivo é que, no futuro, a plataforma substitua por completo a plataforma de negociação atual, a famosa Trader, onde são negociados títulos públicos e privados como debêntures, CRIs, CRAs, cotas de fundos fechados, entre vários outros ativos.
Além dessa modificação, a novidade também atenderá bancos, corretoras, gestoras de fundos e todos que sejam clientes da bolsa.
A B3 afirmou ainda, que a migração do serviço de negociação de renda fixa para a nuvem faz parte de seu processo de modernização. Inclusive, a companhia já vinha trabalhando fortemente desde 2022 para amadurecer este projeto, visto a parceria que a empresa fechou com a Microsoft e a Oracle.
Tecnologia
A tecnologia por trás desse recurso permitirá que a expansão de capacidade aconteça de forma muito mais rápida, além de atingir a demanda dos clientes.
A B3 informou também, que o lançamento da plataforma deverá acontecer no dia 1°de agosto, sendo as partes do projeto entregues por fases, sendo que o prazo correrá até o primeiro semestre de 2024.
Testes
O período de testes com os clientes começou com os primeiros produtos a serem negociados. Dentre eles estão títulos públicos federais indexados (NTNB, LFT e NTNC), títulos públicos pré-fixados (LTN e NTNF) e operações casadas.
No segundo momento, estarão presentes o CRA, o CRI, Cotas de Fundos Fechados, Debêntures e Crédito de Descarbonização. Na sequência, virão o NC, LF e demais valores mobiliários de emissão pública.
“Temos a nosso favor a expertise de décadas como principal infraestrutura de mercado e estamos construindo um ambiente único para a negociação de ativos de renda fixa, totalmente integrado com os mercados de derivativos e de pós negociação”, afirmou Afonso Rossatto, Head de Produtos de Renda Fixa na B3.
Segundo o executivo, as etapas atuais no mercado secundário de renda fixa, desde a negociação até a liquidação, ainda utilizam trocas de arquivos entre os participantes para efetivação das operações, o que acaba impactando o número de negociações ao longo do dia.
Com a transformação, a nova plataforma entregará essas funcionalidades automatizadas e integradas com a depositária da B3, tornando o trabalho rápido e eficaz.
Dentre os principais benefícios está:
- A infraestrutura desenvolvida em nuvem, com alta disponibilidade.
- Integração com os sistemas de pós-negociação da B3 e de terceiros.
- Conectividade com outros sistemas de negociação eletrônica da B3.
- Processamento de altos volumes de mensagens usando uma infraestrutura mínima.
- Consolidação dos negócios numa única plataforma.
- Calculadora de Renda Fixa da B3, com maior transparência para os preços de referência dos ativos negociados.
- Ambiente preparado para negociar futuramente novos ativos, inclusive títulos estrangeiros.
Dados sobre Renda Fixa
Vale lembrar, que o mercado secundário de renda fixa na B3 conta atualmente com cerca de 2.600 investidores e 465 instituições cadastradas, com um movimento de R$ 7,7 bilhões por dia em negociação de títulos públicos e R$ 2,3 bilhões por dia em negociação de títulos privados.
Há também mais de 1500 debêntures cadastradas, mais de 1700 de CRIs e CRAs, além de quase 1000 cotas de fundos.