A digitalização no Brasil vem crescendo a cada ano com a integração e a consolidação de novas tecnologias. No segmento financeiro, por exemplo, já se observa um grande avanço na implementação do Open Finance e um crescimento sólido do Pix, além da adesão às soluções inovadoras como o onboarding digital com biometria, o uso de inteligência artificial e a priorização da cibersegurança.
Com esse cenário, a Veritran, empresa global de tecnologia e pioneira no desenvolvimento de soluções digitais para o setor financeiro, antecipa as cinco tendências de digital banking que prevalecerão no setor financeiro brasileiro nos próximos cinco anos. Confira:
Open Finance
Tanto o Banco Central como o Conselho Monetário Nacional são os atuais responsáveis pela regulamentação do ambiente brasileiro para o Open Finance. Eles administram questões como a troca de dados, produtos e serviços entre as entidades reguladas (instituições financeiras, instituições de pagamento e outras entidades autorizadas pelo BCB) e definem os critérios no que diz respeito aos dados pessoais dos clientes.
Em dois anos de operação no Brasil, o Open Finance registrou 17,3 milhões de consentimentos de clientes para compartilhar seus dados pessoais e bancários entre as instituições financeiras participantes, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN). Essas informações são utilizadas pelas instituições para oferecer ao consumidor melhores ofertas de produtos e serviços personalizados, com melhores custos. No mesmo período, ainda segundo a FEBRABAN, foram registradas 10,8 bilhões de comunicações bem-sucedidas entre as instituições que compõem o sistema de troca de informações.
Com esse modelo, o Brasil se coloca como um dos países mais avançados da América Latina na implementação do Open Finance. Atualmente, também está em andamento a implementação do Open Insurance, por meio de um plano faseado que será interoperável com o Open Finance pela Superintendência de Seguros Privados. “O Open Finance traz várias vantagens para o cliente em termos de uma melhor experiência. Às vezes, uma usabilidade mais simples para a mesma coisa já é um benefício. Os bancos que primeiro demonstrarem as vantagens serão os primeiros escolhidos e conseguirão muitos clientes”, afirma o Vice-presidente de Negócios da Veritran, Wagner Martin.
Pix
O Pix é hoje o método mais popular no Brasil para transferências diárias de dinheiro, superando o número de operações com cartões de crédito e débito desde o ano passado. Segundo dados da FEBRABAN, o Pix foi e continua sendo uma ferramenta fundamental para impulsionar o acesso bancário e a inclusão financeira no país. Desde seu lançamento, é uma ferramenta importante na redução do uso de dinheiro físico em transações e fechou o ano passado com um volume negociado de R$ 16 bilhões acumulado desde sua implementação. A expectativa do mercado é que o PIX continue expandindo sua usabilidade no futuro e os bancos que melhor se adaptarem às inovações serão os que estarão à frente do negócio.
Países como Colômbia e Canadá já manifestaram no ano passado o interesse em replicar a experiência brasileira de pagamentos instantâneos em seus mercados, e os Estados Unidos anunciaram seu sistema de pagamentos instantâneos para meados deste ano.
Já foi anunciado pelo Banco Central, inclusive, o lançamento do Pix Crédito, previsto para o segundo semestre de 2023. Trata-se de uma operação que oferece ao consumidor a oportunidade de parcelar suas compras sem usar nenhum tipo de cartão.
Outra novidade da modalidade é o Pix Internacional, ainda sem data determinada de lançamento, que tem o objetivo de conectar os mercados de aproximadamente 60 países, solucionando dificuldades como a conversão de diferentes taxas de câmbio, além de criar regras de segurança que impedirão utilizações ilegais e permitirão o uso de um idioma único para diferentes sistemas de pagamento em todos os países.
Onboarding digital com biometria
“Com o crescimento das transações por mobile banking, o onboarding com biometria também vem ganhando importância. E quando falamos em segurança no banco digital, essa tecnologia ganha cada vez mais destaque”, ressalta Martin.
Para se ter uma ideia do crescimento das transações digitais, números do Banco do Brasil mostram que a proporção de clientes que utilizam canais digitais (internet e mobile banking) atingiu 92,7% no terceiro trimestre de 2022, ante 90,7% no mesmo período de 2021. Até setembro do mesmo ano, 26,9 milhões de usuários eram considerados clientes ativos nas plataformas digitais.
Um estudo global da Accenture Payments gets personal — strategies to stay relevant mostra que a adesão pelos pagamentos biométricos tem uma tendência de crescimento, uma vez que 42% dos entrevistados acreditam que a biometria provavelmente será amplamente utilizada até 2025.
Machine learning & AI
Dados de uma pesquisa anual sobre tecnologia bancária realizada pela Deloitte para a FEBRABAN mostram que o setor bancário brasileiro investiu cerca de R$ 35,5 bilhões (US$ 6,68 bilhões) em tecnologia somente no ano passado. Esses investimentos foram focados, principalmente, em nuvem, inteligência artificial, automação de processos robóticos (RPA ou chatbots) e IoT (internet das coisas). Essa tendência deve crescer ainda mais nos próximos anos, uma vez que, segundo informações da FEBRABAN, os bancos representam 14% dos investimentos em tecnologia no Brasil, perdendo apenas para o governo, que detém 15%.
O crescente interesse dos bancos em machine learning e inteligência artificial mostra a capacidade que estas tecnologias têm de coletar e gerir dados, que cada vez mais são tratados como um produto valioso, segundo um estudo da Accenture sobre as principais tendências bancárias para 2023.
Esse estudo revela que os dados dos clientes devem ser tratados pelos bancos como o oxigênio que alimenta cada uma de suas ações. Cabe a eles identificarem e definirem os casos de uso, além de estabelecerem as APIs e estruturas que permitirão que diferentes equipes e sistemas, em todas as partes do banco, possam acessá-los. Somente sob este parâmetro será possível atingir o máximo potencial dos dados como insumo bancário.
Cibersegurança
A segurança cibernética é atualmente, sem dúvida alguma, a prioridade dos bancos brasileiros e isso tende a aumentar a cada ano. FEBRABAN e entidades associadas já investem cerca de R$ 3 bilhões por ano em cibersegurança para aprimorar e tornar mais seguras as transações financeiras dos usuários.
O Open Finance e a abertura dos dados fazem da segurança cibernética um dos pontos mais importantes de todo o processo. Porém, a disseminação do Pix ainda representa um desafio para os bancos, pois as fraudes associadas ao seu uso só aumentam. Com a previsão da chegada de mais funcionalidades ao mercado, será necessário redobrar os esforços em termos de cibersegurança.
É importante lembrar, que o Banco Central anunciou o início de um projeto piloto de moeda digital, com o objetivo de replicar o sucesso do Pix para popularizar os serviços financeiros no país. Esta iniciativa implica também um enorme desafio em termos de segurança, que deve ser enfrentado não só pelo Estado, mas também por toda a indústria financeira.
Os bancos vão se concentrar cada vez mais em mensagens criptografadas, autenticação biométrica e tokenização, usando tecnologias como big data, analytics e inteligência artificial nos processos de prevenção de riscos. Vale ressaltar ainda que, segundo a Fortinet, o Brasil foi o segundo país da América Latina mais afetado por ciberataques em 2022, com 103 bilhões de tentativas, 16% a mais que em 2021.
“Considerando esses dados, somados à migração para a nuvem, ao desenvolvimento do Open Finance e à multiplicação de inovações em torno do Pix, será fundamental que os bancos brasileiros deem atenção especial à segurança cibernética nos próximos anos, além de incorporem ferramentas para o aumento da segurança dos seus canais digitais, mas sem comprometer a experiência do usuário”, conclui o Vice-presidente de Negócios da Veritran.