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Brasileiro investe mais em criptoativos e país se torna 7ª potência no mercado

Os investidores brasileiros costumam ser tradicionalmente mais conservadores, optando por manter suas economias na poupança ou na renda fixa. Ainda assim, opções mais arrojadas de aplicação vem aos poucos ganhando espaço no país.

É o caso dos criptoativos, que vêm atraindo a atenção de interessados em diversificar seu portfólio e, assim, estimulando instituições financeiras a criarem soluções para este público.

“Se antes eles eram uma opção para poucos, agora basta ter uma conta em uma exchange para poder aplicar em um dos diversos ativos digitais disponíveis no mercado”, afirma Edson Teixer, sócio-diretor da IRKO no Rio de Janeiro e professor do IBMEC-RJ.

Ele cita a oferta de serviços relacionados ao universo cripto por Nubank, BTG Pactual, 99Pay, Mercado Pago, XP Investimentos, em que é possível investir em criptmoedas como Bitcoin ou Ethereum , em alguns casos a partir de R$ 1.

O crescimento do interesse por esses produtos se reflete nos números do segmento. De acordo com o relatório 2022 Global Crypto Adoption Index, da empresa de análise de blockchain Chainalysis, o Brasil é hoje o sétimo maior mercado global na adoção de criptomoedas, além de líder na América Latina.

Em julho, o Nubank anunciou ter alcançado um milhão de clientes na plataforma destinada aos criptoativos. Apenas três semanas depois de a ferramenta ser disponibilizada para toda a sua base de clientes.

Teixer ressalta que investir diretamente nos ativos digitais através das exchanges não é hoje a única maneira de entrar no universo cripto. É possível ainda aplicar nos ativos digitais por meio de ETFs (fundos de índice negociados em Bolsa) e fundos de investimento.

Ainda que sejam um mercado em ascensão, porém, as aplicações em criptoativos ainda não são regulamentadas no Brasil, diz. Portanto, antes de investir é necessário tomar alguns cuidados. Abaixo, seguem algumas dicas para quem quer dar os primeiros passos:

Para quem os criptoativos são indicados

Investir em criptoativos é indicado apenas para pessoas com perfil propenso a riscos. “Os ativos virtuais têm bastante liquidez, mas a volatilidade é imensa. Alguns deles podem variar até 30% em apenas um dia, um percentual muito alto para quem tem um perfil mais conservador”, explica Teixer.

Para se ter uma ideia, somente em agosto, o Bitcoin, criptomoeda mais comum e uma das primeiras a ganharem espaço mundialmente, acumulou desvalorização de 14,16%. Menos popular, a Internet Computer contabilizou 30,7% de perdas no mesmo período.

Como investir

Principalmente por se tratar de uma modalidade sem regulamentação, é essencial escolher com sabedoria onde negociar criptoativos. O especialista lembra que, hoje, são comuns golpes envolvendo grandes quantias e a compra de ativos digitais. Portanto, a dica é escolher bancos, fundos ou corretoras ligados a grandes empresas, com capital aberto ou com reputação consolidada no mercado financeiro.

“Os EFTs são fundos que replicam os índices das criptomoedas ou de outros ativos, como ouro e commodities. É uma maneira segura de investir porque todo fundo tem um gestor responsável por fazer as aplicações com regras e critérios de acordo com objetivos pré-determinados.

Além disso, o próprio fundo diversifica a carteira para dar mais segurança e diminuir perdas. Porém, esse é um serviço com taxas”, detalha Teixer.

A outra opção é a exchange (corretoras), que permite que a pessoa compre diretamente os ativos de seu interesse. No entanto, a modalidade é indicada apenas para quem já tem familiaridade com os criptoativos, já que não há um especialista ou assessoria envolvida. A vantagem aqui, afirma, é que as taxas envolvidas são ínfimas.

Por quanto tempo investir

Determinar o período entre a compra e a venda de criptoativos depende do perfil e da estratégia do investidor. Devido à liquidez e à volatilidade, são ativos que podem ser rapidamente vendidos, se for necessário, mas essa não precisa ser necessariamente a estratégia.

“Atualmente, o investimento em criptoativos tem uma característica muito específica. Muita gente aproveita as oportunidades que surgem conforme novas criptomoedas são lançadas, comprando e vendendo rapidamente, ou seja, tem sido um tipo de investimento de curtíssimo prazo”, analisa o sócio-diretor da IRKO.

Ele afirma, porém, que é possível fazer investimentos de prazo mais longo no universo cripto, como na Bolsa, por meio das ETFs. Para isso, contudo, é necessário entender os riscos e limitar a exposição aos ativos, a depender do perfil de cada investidor.