Saque do FGTS ainda gera dúvidas
Um assunto que tomou conta dos noticiários no fim de 2016 volta aos holofotes e exige atenção dos trabalhadores. As regras a respeito do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, conhecido popularmente como FGTS, foram modificadas pela Medida Provisória 763/2016, instaurada em dezembro de 2016.
De acordo com a mudança, todo trabalhador que tiver o saldo em conta inativa até 31/12/2015, poderá realizar o saque FGTS. Isto é, se um trabalhador teve algum contrato de trabalho rescindido até o final de 2015 e não se enquadrava nas regras antigas, agora é bem provável que tenha acesso ao saldo do FGTS.
Apesar de ser um assunto em pauta no momento, muitos brasileiros estão com dúvidas em relação a essa nova medida. A seguir estão alguns dos principais questionamentos:
O que é FGTS?
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço pode ser entendido como uma poupança forçada do trabalhador. O FGTS foi instituído em 1966, com o objetivo de criar uma proteção para trabalhador que fosse demitido sem justa causa, que tivesse uma doença grave ou em outros casos específicos.
A cada mês, a empresa empregadora deposita 8% do valor do salário em uma conta na Caixa Econômica Federal. Esse montante é corrigido e acrescido de juros mensalmente.
Anteriormente à Medida Provisória, o trabalhador poderia retirar o valor em conta apenas em alguns casos específicos, como doenças ou demissões sem justa causa, ou se estivesse mais de 36 meses sem depósitos na conta, por exemplo.
Estima-se que existiam aproximadamente um milhão de trabalhadores que se enquadravam na regra de saque antiga. Com a mudança, mais de 30 milhões de pessoas terão direito ao saque FGTS, representando uma injeção de mais de R$ 40 bilhões na economia brasileira.
Por que sacar FGTS?
Dizer que a poupança é uma aplicação que retorna valores extremamente baixos e está aquém do mercado não é surpresa alguma. Em 2016, por exemplo, a caderneta entregou ao poupador 7,57% sobre seu capital.
No mesmo ano, no entanto, investidores que acompanharam a variação da Bovespa, por exemplo, conseguiram uma rentabilidade de 38,96%. Em comparação a este valor, um dinheiro aplicado em uma conta que renda pouco mais de 3% ao ano é bastante desproporcional. É exatamente esta a realidade de milhares de trabalhadores pelo Brasil com saldo positivo no Fundo de Garantia.
No ano passado, o rendimento do FGTS marcou 5,01% - que são os 3% somado às correções. Esta taxa não foi suficiente para superar a inflação, que ficou em 6,29%. Isto significa que o trabalhador perdeu poder de compra deixando seu dinheiro guardado no Fundo de Garantia.
Por apresentar um rendimento extremamente baixo, a opção de sacar o FGTS é algo que todos que se enquadrarem no perfil proposto pela Medida Provisória devem considerar. Existem milhares de opções seguras, estáveis e com rentabilidades incrivelmente superiores no mercado financeiro. A oportunidade de tornar este dinheiro emergencial em um verdadeiro investimento para o futuro não deve ser ignorada.
Como consultar saldo e realizar saque do FGTS?
O primeiro passo para saber quem tem direito de sacar o Fundo de Garantia é consultar o saldo em conta. O processo é bem simples: basta acessar o site do Cadastro Nacional de Informações Sociais e seguir o passo a passo prático da consulta para conferir o saldo.
Para ter acesso a plataforma, é necessário um computador com conexão à internet e ter em mãos o número do Programa de Integração Social (PIS). O próximo passo é realizar um cadastro e criar uma senha no site da Caixa Econômica Federal.
Para sacar o valor em conta, será necessário ter alguns papéis em mãos, como um documento de identidade com foto, carteira de trabalho, número do PIS/PASEP e documentos específicos referentes a condição autorizadora do saque. Essas condições também estão disponíveis no site da Caixa Econômica Federal.
Por que investir o FGTS?
Criado para proteger o trabalhador, o FGTS não deve nunca ter sua função principal desvirtuada. O saque desse dinheiro deve ser planejado e tratado com muita responsabilidade.
Uma vez que esteja fora da conta da Caixa Econômica, a quantia deixará de ser uma reserva emergencial e surgirá a oportunidade de colocá-la trabalhando a favor dos objetivos financeiros do trabalhador. Dessa forma, é aconselhável se informar e investir o FGTS da melhor forma possível.
Existem excelentes oportunidades na renda fixa, especialmente em títulos do Tesouro Direto prefixados e vinculados ao IPCA. Na renda variável também existem boas opções, tanto para quem busca agilidade e resultados rápidos, quanto para quem prefere investir em aplicações de longo prazo.
(Redação - Agência IN)
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